O grupo canadiano Almonty anunciou hoje a compra das Minas da Panasqueira, exploração de volfrâmio da Covilhã. A administração fala em contratar mais funcionários, o sindicato aplaude e pede aumentos.
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A multinacional Almonty detém minas em diferentes países e já tinha sido proprietária das minas da Panasqueira entre 2005 e 2008. Hoje, o grupo anunciou a compra aos japoneses da Sojitz.
Em declarações à agência Lusa, António Corrêa de Sá, que será administrador executivo na empresa que detém 100% das Minas da Panasqueira, confirmou a compra mas recusou revelar os valores envolvidos no negócio.
O empresário adiantou que o novo proprietário das minas poderá aumentar o número de postos de trabalho.
"Não há qualquer intenção de reduzir o número de trabalhadores, bem pelo contrário. Há, isso sim, a intenção de aumentar a produção e, consequentemente, o número de funcionários da área da produção", afirmou.
A empresa tem como objetivo colocar as minas a crescer nos próximos seis meses.
Sindicato satisfeito
Contactado pela TSF, Luís Paulo Mendes, do Sindicato da Indústria Mineira disse esperar que a empresa "venha com boas intenções".
"É bom, para a região e para os trabalhadores. Se prometem aumentar a produção e aumentar trabalhadores, para nós é bom. Não se esqueçam é dos aumentos salariais", disse o sindicalista.
Em comunicado, a Almonty diz que o couto mineiro da Panasqueira é um "ativo importante para continuar a afirmar a importância do grupo na produção de tungsténio fora da China".
Problemas nos últimos anos
As Minas da Panasqueira viviam atualmente graves problemas, confirmados em março de 2015, pelo então presidente do Conselho de Administração da empresa proprietária das Minas, a Sojitz Beralt Tin and Wolfram Portugal.
Na altura, a empresa referia que estava a ter "perdas incomportáveis" devido às constantes quedas do preço do volfrâmio e informou que iria deixar de renovar os contratos de trabalho temporário para proceder à redução gradual de pessoal.
Além disso, admitia mesmo a hipótese de suspender a produção, caso a situação não se alterasse, cenário que não veio a confirmar-se.
Já a redução de pessoal afetou quase uma centena de pessoas: em março de 2015, as Minas da Panasqueira empregavam 339 funcionários e atualmente só já empregam 244 pessoas.
As Minas da Panasqueira são a única exploração de extração de volfrâmio a laborar em Portugal, e dão emprego essencialmente a pessoas dos concelhos da Covilhã, Fundão e Pampilhosa da Serra.