Ministério negoceia linha de 50 ME para agilizar tesouraria das instituições sociais
O secretário de Estado da Solidariedade e Segurança Social anunciou que o respectivo ministério vai negociar com a banca, na próxima semana, uma linha de 50 milhões de euros de financiamento extraordinário para instituições sociais em dificuldades de tesouraria.
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«Na próxima semana terei um conjunto de reuniões em que procuramos uma solução que, de alguma forma, permita encontrar uma verba suplementar de 50 milhões de euros para apoiar a sustentabilidade das instituições do sector social», declarou Marco António Costa à Lusa, durante a inauguração da creche, do centro de dia e do serviço de apoio domiciliário do Centro Social de Gião, em Santa Maria da Feira.
Referindo que essa é uma matéria que «preocupa muito» o Governo, o secretário de Estado revelou que a tutela está «a trabalhar com uma entidade financeira no sentido de encontrar uma linha de financiamento extraordinário a instituições sociais que necessitem de um apoio - também extraordinário - para responder a dívidas de curto prazo que têm na sua tesouraria».
Para Marco António Costa, essa medida impõe-se por três razões. «Primeiro, porque muitas destas instituições fizeram fortes investimentos motivadas pelo Estado, que hoje tem [para com elas] dívidas a curto prazo que, sendo muito grandes, condicionam a sua acção e a sua disponibilidade para poderem ampliar a sua resposta social», explicou.
«Em segundo lugar», continuou o governante, «muitas destas entidades confrontam-se com dificuldades na obtenção da comparticipação das famílias, porque essas cada vez têm menos rendimento disponível e isso também se faz sentir do lado das instituições sociais».
A terceira razão, citada pelo secretário de Estado para justificar a pertinência da linha de financiamento a acordar na próxima semana, reflecte uma questão de atitude: «A Segurança Social e o Estado, no seu todo, têm que ter uma atitude de desburocratização e de confiança nos parceiros sociais que têm no terreno, e é isso que estamos a fazer».
Em declarações à TSF, Lino Maia, presidente da Confederação Nacional das Instituições de Solidariedade Social, disse que a decisão do ministério é uma «boa notícia».