A ministra das Finanças, Maria Luís Albuquerque, admite que o peso da receita vai aumentar porque há a atualização de algumas taxas, mas acrescenta que grande parte desse aumento de receita é conseguida à custa da eficiência fiscal e do crescimento da economia. A ministra admite também rever a previsão de receita do IRS inscrita no Orçamento do Estado (OE) para acomodar as alterações previstas na reforma anunciada.
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Maria Luís Albuquerque, numa entrevista à TSF e ao DN, reconhece que há um aumento da carga fiscal para atingir o défice de 2,7%, porque «há a atualização de algumas taxas», mas acrescenta que o aumento da receita é conseguido sobretudo pelo aumento da eficiência fiscal e pelo crescimento da economia.
A ministra das Finanças revela que o OE foi elaborado sem ter em conta a Fiscalidade Verde e a Reforma do IRS, porque «há um efeito neutral entre as duas coisas», mas aceita que a previsão de cobrança do IRS possa estar inflacionada por não ter sido tido em conta o efeito de 150 milhões de euros nos benefícios que vão ser dados às famílias.
Como a eventual devolução de parte da sobretaxa de 3,5% do IRS está dependente da captação da receita em IRS e IVA, Maria Luís Albuquerque diz que «se houver necessidade de fazer ajustamentos, nomeadamente em relação às diferentes composições das receitas, essa porta não está fechada».
Quanto às tabelas de retenção que o Governo vai determinar para o próximo ano, a ministra reconhece que o Estado tem estado a cobrar acima do necessário, para devolver no ano seguinte, e admite alguma adaptação, mas acrescenta que «não pode haver uma modificação significativa, porque isso teria um grande impacto nas contas públicas».
Historicamente, é em anos eleitorais que acontecem as maiores derrapagens orçamentais, mas a ministra promete manter uma mão-de-ferro no controle dos ministérios, até porque considera que «2015 tem de ser um sinal» de que esta matéria passou a ser tratada de outra forma. Maria Luís Albuquerque avisa que, «tendo estado 10 anos a consumir mais do que o que produzíamos, com recurso ao endividamento», vai demorar mais tempo a resolver esse problema.
Do ponto de vista político, Maria Luís Albuquerque diz que não tem ambições e garante que não disputará a liderança do PSD, no período pós-Passos Coelho.