A ministra das Finanças, Maria Luís Albuquerque, garante que não é por dificuldades de dinheiro que Portugal vai tentar adiar por dois anos o pagamento de dívida pública.
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A Agência de Gestão da Tesouraria e Dívida Pública portuguesa vai tentar adiar por dois anos o pagamento de obrigações do tesouro numa operação que foi realizada há menos de um ano por Vítor Gaspar e que na altura foi considerada um sucesso.
As obrigações em causa vencem em junho e outubro de 2014 e em outubro de 2015. Os subscritores destes títulos que aceitem a troca vão receber cupões que vencem em 2017 e 2018 com juros mais elevados, ou seja, o Estado ganha dois anos para pagar, mas vai ter que o fazer com juros mais elevados.
A ministra das Finanças explicou que a operação de troca e recompra de Obrigações do Tesouro (OT) não visa "pedir mais dinheiro emprestado", mas propor aos investidores uma exposição à dívida portuguesa por um período mais longo.
«Não estamos a falar de receber mais dinheiro, ou seja, não estamos a pedir mais dinheiro emprestado neste momento. A dívida pública manter-se-á inalterada», disse Maria Luís Albuquerque aos jornalistas à margem de uma reunião em sede de Concertação Social, que decorre em Lisboa.
Trata-se de «propor aos investidores que se mantenham com exposição à dívida pública portuguesa por um período um pouco mais longo, ou seja, em vez de serem reembolsados em 2014 e 2015, a possibilidade de serem reembolsados apenas em 2017 e 2018», explicou a ministra das Finanças.