Maria Luís Albuquerque afirmou hoje, no Parlamento, que fica surpreendida por faltar um entendimento mais alargado para medidas estruturais e defendeu o orçamento.
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A ministra das Finanças quer acreditar que, se tudo correr bem, 2015 será um ano menos duro que 2014. Um sinal de esperança deixado por Maria Luís Albuquerque esta manhã, numa audição no Parlamento, para apresentar o Orçamento do Estado (OE) para o próximo ano.
A ministra diz que o facto de cumprir o programa de ajustamento já deu resultados e, portanto, é esse o caminho a seguir e defendeu que o OE, mais do que um orçamento para 2014, é um orçamento para o futuro.
No entanto, Maria Luís Albuquerque lamenta que, apesar dos objetivos comuns, não exista um maior consenso político.
«Admito, porque é assim natural em Democracia, que os partidos tenham visões diferentes sobre quais as formas de alcançar os mesmos objetivos. Surpreende-me apenas que tendo tantos objetivos partilhados não seja possível obter mais consensos relativamente a medidas que são relevantes para o nosso futuro e que vão para lá de uma legislatura», afirmou.
A ministra defendeu ainda os méritos do programa de ajustamento, um dia depois do relatório da Unidade Técnica de Apoio Orçamental (UTAO) ter avisado que o défice este ano, sem medidas extraordinárias, vai ser ligeiramente acima de 2012, apesar do aumento de impostos e da vasta lista de medidas fiscais.
A governante defende ainda que o caminho traçado na proposta de Orçamento do Estado para 2014 (OE2014) distancia Portugal «de um passado de indisciplina» e que este vai contribuir para construir «bases para um crescimento sustentado nas próximas décadas e assegurar que o país não voltar encontrar-se em situação de precisar de apoio financeiro».
Maria Luís Albuquerque reafirmou também que o corte salarial entre 2,5% e 12% aos funcionários públicos e das empresas do Estado não tem data para terminar e que este assegura que o esforço de contenção «é melhor distribuído».