Maria Luís Albuquerque defendeu que a decisão de ter mais défice tem de ser ponderada em termos do retorno que permite ou proporciona e dos efeitos imediatos e consequências futuras.
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A ministra das Finanças questionou-se, esta quarta-feira, sobre as vantagens de uma eventual redução da meta orçamental para 2014, ao lembrar que «mais défice significa mais dívida».
Num seminário em Lisboa, Maria Luís Albuquerque explicou que a «decisão de ter mais défice tem de ser ponderada em termos do retorno que permite ou proporciona e dos efeitos imediatos e consequências futuras».
A titular da pasta das Finanças indicou ainda que esta decisão tem de ser vista «em termos do que consiste numa afinação da trajetória do défice nominal e do que consiste numa alteração com repercussões significativas no nível da dívida».
«Um défice mais elevado pode criar a ilusão de minimizar o impacto de um cenário macroeconómico mais desfavorável na atividade económica e no emprego», adiantou.
Contudo, acrescentou Maria Luís Albuquerque, «adiar a consolidação orçamental aumenta a pressão sobre a dívida pública, porque o excesso de défice tem de ser financiado e porque mais financiamento implica mais juros».
«Perante uma restrição financeira severa, mais juros representam menos dinheiro disponível para as funções do Estado que os portugueses valorizam», frisou.
Em declarações registadas pelo Jornal de Negócios, a titular da pasta das Finanças recordou que a questão das metas do défice não se resume apenas «ao que os credores oficiais nos permitem atingir e ao que o Governo consegue negociar».
Lembrando que os mercados não são indiferentes à capacidade de Portugal se sustentar, Maria Luís Albuquerque criticou a posição do PS sobre o assunto.
«Da parte do maior partido da posição, temos assistido não a uma vontade de contribuir para as soluções, mas a uma atitude de crítica que não apresenta alternativas», sublinhou.
No seu discurso, a ministra disse ainda esperar que «após este período de campanha eleitoral alcançar um ambiente mais sereno do qual todos nós beneficiaremos».
Questionada pelos jornalistas após este seminário sobre mais detalhes acerca do seu pensamento sobre a meta do défice, a ministra disse não querer falar do assunto durante as oitava e nona avaliações da troika que estão agora a decorrer.