Em entrevista à SIC, José Pedro Aguiar-Branco entende que «é natural que» a Martifer acabe por contratar «em prioridade em Viana do Castelo e não a Madrid ou a Londres».
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O ministro da Defesa disse estar convencido de que a Martifer vai contratar parte dos trabalhadores dos Estaleiros de Viana do Castelo.
Em entrevista à SIC, José Pedro Aguiar-Branco lembrou que «alguém que concorre à concessão da exploração naval até 2031 para efeitos de construir e reparar navios precisa de trabalhadores».
«É natural que vai buscar em prioridade precisamente a Viana do Castelo e não a Madrid ou a Londres», adiantou Aguiar-Branco, que frisou que o «Estado é pessoa de bem e honra o pagamento de todas as indemnizações aos trabalhadores».
Dos 609 trabalhadores dos Estaleiros, segundo o titular da pasta da Defesa, «cerca de 230 terão acesso à reforma», ao passo que os restantes não irão receber apenas indemnizações de seis a 20 mil euros, «em média, 50 mil euros por trabalhador».
«Têm a possibilidade de irem trabalhar para a nova empresa que irá explorar a atividade que estão habituados e que têm qualificação para fazer a partir de janeiro», sublinhou.
Aguiar-Branco aproveitou ainda para lembrar as responsabilidades do anterior Governo no desfecho deste processo e considerou que «para nós, a situação é perfeitamente transparente».
«Avançámos com um processo de reprivatização que não pôde ser concluído porque houve ajuda de Estado ilegais dadas no anterior Governo que a Direção-geral de Concorrência Europeia não considerou justificadas», explicou.
Segundo o ministro da Defesa, por causa disto, a «empresa teria de ser obrigada a devolver 180 milhões de euros, não tinha condições financeiras para o fazer e, por via disso, tinha de encerrar e nós não desistimos».