Ministro da Economia francês diz que "nenhuma guerra comercial será civilizada"
"Ainda há tempo para um melhor entendimento e para tomar uma boa decisão", disse o ministro, mas acrescentou que "a única boa decisão seria a isenção total" dos países da UE de tarifas anunciadas.
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O ministro da Economia francês, Bruno Le Maire, alertou esta terça-feira os Estados Unidos que "nenhuma guerra comercial será civilizada", solicitando ao seu homologo norte-americano a "isenção total" dos países da União Europeia das taxas no aço e alumínio.
"Nós deixamos claro aos nossos amigos norte-americanos que os países europeus não vão entender o facto de não estarem isentos, porque somos aliados", disse Le Maire, em conferência de imprensa após uma reunião de ministros das Finanças e governadores centrais do G20 em Buenos Aires, na Argentina.
O ministro francês admitiu que há um problema com o excesso de capacidade na produção global de aço e descreveu a reunião como uma discussão "muito franca e útil", porque permitiu perceber as "dificuldades de cada nação e iniciar um caminho numa direção correta".
"Ainda há tempo para um melhor entendimento e para tomar uma boa decisão", disse o ministro, mas acrescentou que "a única boa decisão seria a isenção total" dos países da UE de tarifas anunciadas.
Bruno Le Maire acrescentou que "nenhuma guerra comercial será civilizada" e que apenas "irão existir perdedores".
Os Estados Unidos anunciaram a imposição de taxas às importações de aço (25%) e de alumínio (10%).
O representante francês também expressou sua posição para se começar a implementar uma tributação "justa e eficiente" para grandes empresas digitais a nível europeu, embora ainda seja assunto em debate em fóruns internacionais.
"Alguns pensam que temos que esperar até que exista um consenso no G20 antes de tomar qualquer ação, a França e todos os países europeus não têm essa visão", disse Le Maire, referindo que o seu país "assumiu a liderança" neste tema.
No que diz respeito às criptomoedas, que Le Maire definiu como "criptoativos", defendeu que um regulamento dever ser definido e argumentou que são favoráveis a "uma resposta multilateral" a uma questão que, afirmou, envolve riscos de lavagem de dinheiro, financiamento do terrorismo e evasão fiscal.