Associados apreciam contas da dona do banco Montepio. Tomás Correia defende números de 2015 e 2016 e opções da administração.
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O Coliseu dos Recreios, em Lisboa, vai nesta quinta-feira receber a Assembleia-Geral da Associação Mutualista Montepio Geral (AMMG) para apreciar as contas de 2015 (consolidadas) e 2016 (individuais) da instituição.
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Os números do ano passado são em base individual, o que significa que não incluem os resultados de dois pesos pesados do grupo: A Caixa Económica que nesta quarta-feira apresentou prejuízos de 86,5 milhões de euros - uma melhoria, ainda assim, em relação aos 243 milhões obtidos em 2015 - e a Lusitânia Seguros.
Tomás Correia, presidente da AMMG (e, até 2015, também da Caixa Económica, de onde saiu por imposição do Banco de Portugal, que quis separar as equipas de gestão), desvalorizou há semanas, em conferência de imprensa, a importância dos resultados consolidados e apresentou 7,4 milhões de euros de lucros em contas individuais em 2016 (que incluem o deve e haver da associação mas não o das empresas participadas). Uma vez incluído todo o universo Montepio, o resultado líquido pode ser negativo.
As contas consolidadas de 2016 só deverão ser conhecidas no final deste ano. Mas o relatório em base individual já mostra uma operação que melhora as contas da Associação, e degrada os da Caixa Económica: uma venda de imóveis no valor de 46 milhões de euros feita pela casa-mãe ao banco que detém, revelada pelo Jornal de Negócios.
As contas consolidadas de 2015 só foram reveladas há dias, com mais de um ano de atraso, e mostraram uma situação de falência técnica (passivos superiores aos ativos em 107 milhões de euros), para a qual contribuiu o prejuízo de 243 milhões de euros registados pela Caixa Económica.
Em 2015, a Associação registou um prejuízo individual de 393 milhões de euros, apesar dos resultados operacionais positivos de 36 milhões. O resultado desse ano ficou a dever-se, em larga medida, à constituição de provisões e imparidades (registo de créditos difíceis que já conta recuperar) de quase 430 milhões de euros. Em contas consolidadas, o resultado ficou nos 251 milhões de euros negativos.