Fernando Ribeiro Mendes, administrador da Associação Mutualista Montepio e candidato a suceder a Tomás Correia, não fica satisfeito com a solução encontrada para o capital do banco Montepio.
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"Eu julgo que a entrada modestíssima que a Santa Casa faz acaba por ser uma solução de compromisso para salvar a face do governo", afirma Fernando Ribeiro Mendes, em entrevista à TSF e ao Dinheiro Vivo. Considera, por isso, que é para já "uma entrada de leão com saída de sendeiro".
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Inicialmente, adiantou-se a possibilidade de a Santa Casa poder investir até 200 milhões de euros, mas o acordo acabou por ser fechado por uns simbólicos 75 mil euros .
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Fernando Ribeiro Mendes chegou a defender a entrada da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa no capital do Montepio, mas com valores bem mais elevados.
"O governo tinha-se comprometido e bem com uma entrada importante da Santa Casa, num contexto de crise aguda em meados de 2017", explica o economista do ISEG. "O mero compromisso público que o Governo tomou nessa altura foi importante para ajudar a conter o maior desgaste que se poderia ter verificado naquele período relativamente à Associação Mutualista", acredita.
Ribeiro Mendes critica, no entanto, a condução do processo que se seguiu. "Houve talvez declarações menos felizes no Governo e na Santa Casa, que criaram esta agitação: se eram 200 milhões, 100 ou 50 milhões, qual era a avaliação que estava por detrás disso, tudo isso criou um ruído enorme", afirma o antigo secretário de Estado da Segurança Social.
O acordo final "não pode deixar ninguém satisfeito", conclui.