A Moody's considerou hoje que os resultados orçamentais na primeira metade do ano são negativos para o rating de Portugal, e teme que se repita o exemplo da Grécia.
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No relatório mensal, a Moody's sublinha que as contas trimestrais são negativas para a notação de Portugal e nota que há um desafio ainda maior que se coloca às autoridades portuguesas: os números do INE, que apontam para um défice de 8,3 por cento na primeira metade do ano.
A agência de notação financeira acrescenta que o motivo da degradação adicional das contas públicas portuguesas está relacionada com as contas escondidas da Madeira e refere que essa situação faz lembrar os tempos em que o governo grego admitiu que o défice e a dívida excediam os valores entregues ao Eurostat.
A Moody's entende que este caso da Madeira causa apreensão de que Portugal possa repetir o comportamento grego.
A agência de rating lembra também que o documento de estratégia orçamental admite que existe muito mais dívida pública além do que o que está inscrito nas contas nacionais e que, ao contrário de outros países, como a Espanha, a administração central não tem capacidade para reduzir o próprio défice.
Apesar de tudo, a Moody's dá um voto de confiança a Portugal e diz que o Governo está a tomar de forma rápida medidas para corrigir o problema.
Para Portugal a ameaça mantem-se, diz a Moody's, os riscos para o programa português passam pela possibilidade de incumprimento da Grécia e o contágio que resultaria de uma situação dessas.