A Moody's e a Standard & Poor's colocaram hoje o rating da dívida a longo prazo do banco suíço UBS sob vigilância negativa, depois da suspeita de fraude de dois mil milhões de dólares.
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A decisão da Moody's decorre das perdas anunciadas quinta-feira pelo UBS na ordem dos dois mil milhões de dólares causadas por operações não autorizadas de um corretor na unidade de investimento do gigante suíço, que deverão ser repercutidas no desempenho do banco no terceiro trimestre.
A vigilância «irá centrar-se na actual debilidade de gestão de risco e controlo por parte do banco, que mais uma vez se tornou evidente», afirmou a Moody's em comunicado.
As perdas «serão suportadas pelo grupo [UBS], que tem uma posição de liquidez e de capital sólida», acrescenta a agência.
Também a Standard & Poor's cita o a operação de trading não autorizada, divulgada na quarta-feira, para sustentar a decisão colocar sob vigilância negativa o rating de 'A+' da dívida a longo prazo do UBS.
O actual rating da Moody's para a dívida e depósitos do UBS a longo prazo está em Aa3 e foi colocado em vigilância negativa.
Os ratings Prime-1 a curto prazo foram reafirmados, mas o rating de A2 a longo prazo do UBS Deutschland's foi colocado em vigilância negativa, acrescenta o comunicado da agência de notação norte-americana.
A Moody's fez ainda saber que irá estar atenta à forma como este evento irá afectar o desempenho da unidade de investimento do UBS, que terá que provar ser capaz de fazer uma gestão de risco «contida e apropriada».
«As perdas suscitam a questão da capacidade do grupo para reconstruir com sucesso as suas operações de investimento», escreveu a agência de notação.
«Temos repetidamente expressado preocupações em relação à capacidade da gestão [do UBS] para desenvolver uma cultura de risco robusta e um quadro de controlo efectivo, ao mesmo tempo que tenta retomar a sua posição em alguns segmentos de mercado», acrescenta o comunicado.
O UBS anunciou em comunicado na quinta-feira ter descoberto «uma perda devido a uma operação de trading não autorizada» no sector da banca de investimento na ordem dos dois mil milhões de dólares (1,44 mil milhões de euros).
O UBS não excluiu a hipótese de vir a apresentar resultados negativos no terceiro trimestre deste ano, sublinhando também que os clientes não serão afectados pelo incidente.