No comentário semanal na TSF, Francisco Louçã considera que as relações entre Angola e Portugal "devem ser o mais normais possível" e acredita que as mudanças de João Lourenço vão nesse sentido.
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Francisco Louçã lembra que a eleição do novo presidente angolano criava algumas expectativas sobre como iria lidar com os problemas que o país enfrenta. "João Lourenço parece estar a dar uma resposta, fazendo muito rapidamente alterações significativas no poder económico em Angola, afastando três dos filhos de José Eduardo dos Santos", afirma.
O economista considera que só mais tarde poderemos perceber que consequências políticas terá esta mudança, "mas representa, pelo menos, um refrescamento e uma grande expectativa no país e em Portugal".
O antigo líder do Bloco de Esquerda recorda que "Angola não é um grande parceiro económico de Portugal, mas é grande produtor de petróleo, tem grande significado político, há muitos portugueses a trabalhar em Angola, há muitos angolanos a trabalhar em Portugal e, portanto, as relações devem ser o mais normais possível e talvez estas mudanças criem uma boa expectativa nesse sentido."
Francisco Louçã explica, no entanto, que estas alterações vão ter um grande impacto em algumas empresas portuguesas - a Sonangol é a segunda maior acionista do BCP em Portugal e Isabel dos Santos é acionista da Galp e da NOS.
"Na energia, nas telecomunicações e na banca, o capital angolano, particularmente aquele que estava organizado na família de José Eduardo dos Santos, tem um peso muito grande", salienta.
O BCP terá de lidar com a incerteza com a estrutura acionista.
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Todas as sextas-feiras, depois das 9:00, Francisco Louçã comenta os assuntos económicos da atualidade na TSF.