Muitas finanças e pouco correio. Trabalhadores queixam-se de aposta no Banco CTT
O Sindicato Nacional dos Trabalhadores de Correios e Telecomunicações afirma que a administração dos CTT está, deliberadamente, a desinvestir no serviço postal e a apostar nos serviços financeiros.
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O secretário-geral do Sindicato Nacional dos Trabalhadores de Correios e Telecomunicações (SNTCT), Victor Narciso, acusou a administração dos correios de estar "mais preocupada em apostar nos serviços financeiros, em detrimento do serviço postal".
Victor Narciso apontou como exemplo uma das mais recentes medidas tomadas, a integração da Payshop (serviço que permite o carregamento de telemóveis e títulos de transporte e o pagamento de contas do telefone, eletricidade, água, gás, entre outras) no Banco CTT.
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"A Payshop é dos serviço que mais dinheiro dá aos CTT. Ora, vai ser integrada no Banco CTT", constatou o dirigente sindical, "o resto é acessório".
"Não há nenhuma razão para que o correio seja distribuído uma vez por semana. Não nenhuma razão para que as pessoas estejam uma ou duas horas numa estação de correios à espera de ser atendidas", contestou.
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Victor Narciso defende que o desinvestimento no serviço postal "está ser feito deliberadamente". "Os CTT não querem admitir trabalhadores em número suficiente, para terem lucros suficientes, para poderem servir os acionistas", acusou o sindicalista.
"Não faz sentido nenhum que este ano, quando os lucros irão rondar os 40 milhões de euros, sejam distribuídos aos acionistas 58 milhões de euros", disse.