Municípios. Há os que demoram quatro anos a pagar compras. E um que paga na hora
Prazo médio de pagamento de alguns municípios sofre redução drástica desde 2012. Mas ainda há quem demore quase quatro anos a pagar faturas de fornecedores.
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No final de 2015 havia mais de uma centena de municípios abrangidos pelo Programa de Apoio à Economia Local (PAEL), uma espécie de programa de resgate para autarquias em dificuldade criado no contexto da troika.
Lançado em 2012, o PAEL visava, entre outras coisas, ajudar as autarquias a reduzir a dívida de curto prazo, a fornecedores, trocando-a por dívida de longo prazo, à Administração Central.
Pelo menos em parte, o objetivo terá sido atingido: há municípios com reduções drásticas nesse indicador.
Lagoa, no Algarve, é um dos exemplos: reduziu esse prazo de 180 dias em 2012 para 3 dias em 2015. E há mesmo um concelho com um prazo invulgar: Santa Cruz das Flores, nos Açores, paga a zero dias. Para os fornecedores, é entregar o bem ou serviço e receber um cheque no mesmo dia.
Continua, no entanto, a haver casos de prazos absurdos. Portimão destaca-se: paga bens e serviços, em média, a 1440 dias - são quase 4 anos para honrar compromissos. Nazaré e Celorico da Beira também estão acima dos mil dias.
No final de 2015 o PAEL abrangia 103 municípios, num valor global de empréstimos de cerca de 625 milhões de euros.