Já terminou o plenário na Gare Marítima de Alcântara, em Lisboa. Os estivadores do Porto de Lisboa vão manter a greve.
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"O Governo, desde a primeira hora, devia ter impedido que os portos estivessem parados, porque um trabalhador é colocado numa escala para não fazer nada. A maior prova de que isto é assim, é a de que nos primeiros dez dias de greve não foram decretados serviços mínimos. Segundo a lei, nos primeiros três dias, devem ser definidos serviços mínimos. Ao décimo dia de paralisação é que foram pedidos serviços mínimos, porque nós estivemos parados quando isto devia estar a trabalhar. Quem o provocou? Foram as empresas", declarou o presidente do Sindicato dos Estivadores.
Na opinião do sindicalista António Mariano, "o governo devia ter percebido desde a primeira hora que os portos estavam parados porque as empresas assim o pretendiam".
O plenário do Sindicato dos Estivadores começou por volta das 11:30 e decorreu à porta fechada, no auditório da Gare Marítima de Alcântara, em Lisboa. A sala do auditório esteve lotada de estivadores em greve, sendo que uma parte dos trabalhadores já tinha estado presente ao início da manhã no piquete de greve montado no cais de Xabregas, na zona oriental da capital, onde estavam a ser descarregados contentores e havia um cordão policial.
Esta quarta-feira, o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, disse esperar que a situação da greve dos estivadores do Porto de Lisboa seja resolvida "num tempo razoável", sem que provoque "consequências preocupantes" para o país.
"Espero que seja possível, num tempo razoável, ver resolvida a situação que existe no Porto de Lisboa, porque chegam ecos das consequências para a economia nacional, mas também de algumas consequências sociais", afirmou no final de um encontro/debate com jovens na Universidade de Évora.
A última fase de sucessivos períodos de greve, que se iniciou há três anos e meio, arrancou a 20 de abril com os estivadores do Porto de Lisboa em greve a todo o trabalho suplementar em qualquer navio ou terminal, isto é, recusam trabalhar além do turno, aos fins de semana e dias feriados.
A paralisação tem sido prolongada através de sucessivos pré-avisos devido à falta de entendimento entre estivadores e operadores portuários sobre o novo contrato coletivo de trabalho. De acordo com o último pré-aviso, a greve vai prolongar-se até 16 de junho.