Na comissão de inquérito à Caixa, o ex-presidente do banco público falou ainda sobre os empréstimos concedidos pelos bancos para a compra de ações em plena guerra pelo poder no Millenium.
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O ex-presidente da Caixa Geral de Depósitos, Carlos Santos Ferreira, nega que Joe Berardo fosse um "cliente especial" do banco público.
Ouvido na comissão de inquérito à Caixa, Carlos Santos Ferreira, garantiu que o empresário não tinha direito a um tratamento à margem das regras.
"Nunca vi nada que me permitisse concluir que essa pessoa que citou tivesse qualquer tratamento fora das regras. Nunca vi nada. Não há créditos de favor, isso é uma ilegalidade", disse Santos Ferreira, que liderava o banco entre 2005 e 2008, altura em que a instituição emprestou 350 milhões de euros a Berardo.
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Santos Ferreira garantiu também que os empréstimos para compra de ações em plena guerra pelo poder no Millennium não foram um exclusivo da Caixa.
"O financiamento para aquisição de participações financeiras no BCP, que eu saiba, foi feita por quatro bancos. Foi feita pelo BCP, Caixa, BES e Santader", sublinhou.
Recorde-se que a 20 de abril, CGD, BCP e Novo Banco entregaram no Tribunal Judicial da Comarca de Lisboa uma ação executiva para cobrar dívidas de Joe Berardo, no valor de 1000 milhões de euros.