Nas redes sociais prometem crédito rápido e fácil, mas as entidades que se prestam a empréstimos particulares fazem tudo para ficar com o dinheiro, ou bens, dos clientes. De juros de 300% a levantar todos os cheques pré-datados ao mesmo tempo.
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O Banco de Portugal emitiu um alerta público para a suposta concessão de crédito fácil.
Os anúncios que todos os dias inundam as redes sociais, os emails e os classificados dos jornais com propostas de empréstimo partem muitas vezes de entidades que não estão autorizadas pelo Banco de Portugal a dar crédito e cujo único objetivo é a "obtenção de um benefício ilegítimo".
Há casos em que as taxas de juro anuais destes créditos chegam a ultrapassar os 300%, pelo que "o mais certo é que quem opte por estes empréstimos particulares acabe por ficar ainda com mais dívidas do que tinha anteriormente".
À instituição têm ainda chegado relatos de situações em que pessoas, coletivas ou singulares, se oferecem para conceder crédito em troca da propriedade de bens, como imóveis ou carros, ou de cheques pré-datados.
O resultado acaba por ser a preda de património mal o devedor falhe uma prestação, no segundo caso, o levantamento de todos os cheques em conjunto, ficando o devedor com dívidas ao banco emissor, que vão desde o valor dos cheques emitidos a eventuais comissões e até juros por ter ficado com saldo negativo na conta bancária.
"A oferta pode parecer tentadora para quem julga não ter solução para pagar dívidas antigas, mas contratar este tipo de financiamento pode criar um problema ainda maior", escreve o regulador.
Quem já não consegue obter crédito no sistema financeiro corre muitos riscos a recorrer a soluções que prometem dinheiro rápido e fácil. Deve em vez disso recorrer à rede de apoio ao consumidor endividado (RACE), um serviço gratuito para informar, aconselhar e acompanhar clientes bancários em risco de falharem o pagamento das suas dívidas ou que já tenham prestações em atraso.
Consulte aqui a lista de instituições autorizadas a conceder crédito e aqui o alerta público do Banco de Portugal.