Carlos Carvalhas defendeu, na TSF, que o Banco Central Europeu fez bem em manter as taxas de juro inalteradas e que o aumento dos salários é o caminho para o crescimento da economia.
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Carlos Carvalhas considera que a decisão do Banco Central Europeu (BCE) facto de manter as taxas de juro inalteradas beneficia tanto as famílias como as empresas e o Estado.
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No comentário semanal no programa "A Opinião", na TSF, o antigo líder comunista defendeu manutenção das taxas de juro, anunciada há dias pelo presidente do Banco Central Europeu, Mario Draghi, é positiva " para as famílias, que têm dívidas e estão a pagar a sua casa, para as empresas, porque vai haver liquidez, e para o Estado português".
Na opinião de Carlos Carvalhas, mesmo com uma forte pressão da Alemanha para "uma maior inflexão", o BCE optou por manter as taxas para não criar "grandes dificuldade às economias endividadas" e evitar "novas crises na Europa".
O economista voltou a criticar a estratégia da contenção de despesas e a apontar a reposição de rendimentos como a solução para o crescimento económico.
"Há aqueles que dizem que, com a reposição de rendimentos, vem aí o apocalipse", afirmou Carvalhas, notando que, apesar disso, houve já membros do BCE que defenderam publicamente o aumento dos salários como chave para o crescimento.
Para Carlos Carvalhas, Portugal é o exemplo perfeito dessa estratégica económica e rejeita a opinião de quem defende que Portugal não voltará a ter um crescimento tão positivo.
"Não tem sentido afirmar que o crescimento deste ano não se repete e que portanto é imprudente gastar o dinheiro todo", disse.
"Vamos ter um saldo primário que é o maior da nossa história. Vamos chegar ao início do ano com um saldo positivo de quase 4,8 mil milhões de euros", indicou o economista. "Isso dá-nos uma ideia do esforço que estamos a fazer e do que poderia ser feito se tivéssemos um alívio dos juros, muitos deles especulativos, para os quais o governo português e a sociedade portuguesa nada contribuíram".
"A reposição de rendimentos, o lançamento do investimento, e o crescimento externo (as exportações) são três chaves para o crescimento económico e para a prosperidade geral", concluiu.