Também hoje ficou a saber-se que o crédito de 3,3 mil milhões de euros que o antigo BES tinha concedido ao BES Angola passou para o Novo Banco.
Corpo do artigo
O Novo Banco já tem o estatuto de contraparte junto do Banco Central Europeu (BCE), acedendo ao financiamento do Eurosistema «em condições de normalidade», segundo o Banco de Portugal.
O Novo Banco «encontra-se devidamente capitalizado, beneficiando do estatuto de contraparte para as operações de política monetária e, portanto, do acesso à liquidez do Eurosistema em condições de normalidade», disse à Lusa fonte oficial do Banco de Portugal.
No entanto, já questionada sobre se passou para o Novo Banco a responsabilidade dos 10 mil milhões de euros que o BES tinha pedido ao BCE, e cujo reembolso Frankfurt exigiu integralmente dois dias antes do resgate ao BES, a mesma fonte do regulador e supervisor bancário português recusou-se a responder, afirmando que «o Banco de Portugal não comenta operações de financiamento de bancos».
Também hoje ficou a saber-se que o crédito de 3,3 mil milhões de euros que o BES tinha concedido ao BES Angola passou para o Novo Banco. A informação foi avançada pela agência Lusa e confirmada pela TSF junto do Banco de Portugal.
O Banco de Portugal explica que apesar de a participação do BES no BES Angola ter ficado no 'bad bank' BES, decidiu «transferir os créditos concedidos a esta filial para o Novo Banco, embora totalmente provisionados».
O Banco de Portugal garante, no entanto, que o facto do crédito estar provisionado (para fazerem face a perdas totais) não significa que haja expectativas de incumprimento por parte do BES Angola.
A entidade liderada por Carlos Costa diz ainda que nos últimos tempos antes de ter decidido intervir no BES que houve uma «forte interação entre as Autoridades de Portugal e de Angola», com o Banco de Portugal a ter assumido a «expectativa de que a situação do BESA seria clarificada no curto prazo e sem impacto material no Banco Espírito Santo, S.A.».
Então, lembra o Banco de Portugal citado pela Lusa, o BESA tinha uma garantia soberana do Estado Angolano de 5,7 mil milhões de dólares (cerca de 4 mil milhões de euros) para fazer face a incumprimentos em créditos.
Nos últimos dias, foi noticiado que essa garantia a que se refere o Banco de Portugal foi revogada ao mesmo tempo que o banco central de Angola tomou a decisão de intervir no BESA, impondo medidas de saneamento, pelo que o BES pode vir a ter de assumir perdas com incumprimentos no BESA devido à participação (maioritária) que ali detém.