
Diana Quintela /Global Imagens
Em comunicado, a defesa do antigo homem forte do BES desafia o Banco de Portugal a assumir responsabilidades no caso do Novo Banco. A instituição teve prejuízos de mais de 980 milhões de euros em 2015, atribuídos, em grande parte, à "herança" do antigo BES.
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"É tempo de o Senhor Governador do Banco de Portugal assumir a responsabilidade pelos seus atos", escreve a defesa de Ricardo Salgado, numa nota enviada à TSF.
Ontem, na apresentação de resultados, o presidente do Novo Banco, Eduardo Stock da Cunha, justificou os prejuízos com a pesada herança que recebeu do BES, que representou 78 por cento desses prejuízos.
No comunicado enviado à Comissão de Mercado de Valores Mobiliários, o NB dizia que estava em causa o "reflexo do elevado nível de provisionamento essencialmente para crédito a clientes, títulos e imóveis", no valor de 1.054,4 milhões de euros, e ainda da "anulação da totalidade dos prejuízos fiscais reportáveis relativos ao ano de 2013", de 160 milhões de euros.
Menos de 24 horas depois, Ricardo Salgado vem contestar a interpretação de Stock da Cunha.
No comunicado agora conhecido, o antigo patrão do BES, além do desafio a Carlos Costa, lembra que o antigo Banco Espírito Santo e a administração de Salgado "foram avaliados por distintas entidades ao longo de vários anos".
E sublinha algumas: o Banco de Portugal, um "vasto conjunto de investidores e consultoras internacionais aquando do aumento de capital concretizado com reconhecido sucesso em Maio/Junho de 2014"; e as consultoras KPMG, PwC e Deloitte.
Além disso, a nota enviada à TSF afirma ainda que "o Banco de Portugal é responsável pla transferência para o BES de obrigações seniores em parte comercializadas já pelo Novo Banco, assim pondo em causa a confiança no NB junto de investidores institucionais de grande relevância a nível internacional".