Novo “Transporte Rápido” vai ligar Lisboa a Oeiras em pouco mais de 20 minutos. Conheça as novas linhas
São duas novas linhas de MetroBus (uma entre Alcântara e Algés e outra dali ao Colégio Militar, passando pela estação de comboios de Benfica), semelhantes ao que já está a ser feito no Porto e em Coimbra
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Vai nascer o “Transporte Rápido Lisboa-Oeiras” em 2028. São duas linhas de autocarros elétricos, que vão circular numa via dedicada, com recurso ao sistema Bus Rapid Transit (BRT), também conhecido por “MetroBus”, semelhante ao que está a ser feito no Porto e em Coimbra.
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Os estudos para confirmar a viabilidade do projeto foram lançados em 2023 e estão agora concluídos. Confirmado está também o financiamento, um investimento total na ordem dos 93,5 milhões de euros, em parte (58,6 milhões) com a ajuda do programa comunitário "Sustentável 2030".
A apresentação do projeto decorreu esta quinta-feira, na estação da Carris de Miraflores. Ficou a cargo do vice-presidente da capital, Filipe Anacoreta Correia, e da vereadora lisboeta Joana Baptista, contando com a presença do presidente da Câmara Municipal de Lisboa (CML), Carlos Moedas, e do seu homólogo de Oeiras, Isaltino Morais, mas também do ministro das Infraestruturas e Habitação, Miguel Pinto Luz, e da presidente da Autoridade da Mobilidade e dos Transportes, Ana Paula Vitorino.
Para Isaltino Morais, trata-se de um “meio de transporte fundamental”, tanto para Oeiras como para Lisboa, tendo implicações em toda a Área Metropolitana da capital. “Vai criar condições para uma mobilidade muito mais flexível”, com medidas paralelas para afastar o transporte individual, garante o autarca, lembrando que se trata de um projeto que “já tinha sido tentado”, mas sem sucesso.
“Se não se fez até agora, é porque não houve vontade política suficiente da parte do Governo. Reuniram-se essas condições agora, e ainda bem”, frisou. O ministro das Infraestruturas e Habitação, Miguel Pinto Luz, assegura que este é um projeto que o Governo deve “apoiar e facilitar”.
Já Carlos Moedas assegura que, com este transporte, vão ser dadas condições para que “90 mil pessoas” possam deixar os veículos em casa (o equivalente a menos quatro mil carros na estrada), “unindo a cidade [de Lisboa] aos seus vizinhos” através de “16 autocarros totalmente elétricos num corredor dedicado”.
A construção do novo "Transporte Rápido Lisboa-Oeiras" (que envolve, nomeadamente, novas plataformas para as paragens e as já referidas vias dedicadas) deverá começar em 2027. De acordo com o estudo de procura, as duas novas ligações vão poder transportar cerca de 22 mil passageiros por dia, aumentando a oferta de transportes públicos nos dois municípios em 27%, em relação à atual. Espera-se, com isto, que as viagens entre Algés e o Colégio Militar e entre Linda-a-Velha e Alcântara, que hoje se fazem em cerca de meia-hora (ou mais, em hora de ponta) passem a demorar cerca de 20 minutos. Ainda de acordo com os estudos prévios, o projeto deverá evitar a emissão de 38,7 mil toneladas de CO2 ao longo de 30 anos.
Oeiras quer comprar parte da Carris
Durante a apresentação do projeto, Isaltino Morais admitiu que a exploração do novo “Transporte Rápido Lisboa - Oeiras” poderá ficar a cargo da Carris, que opera o serviço público rodoviário no concelho Lisboa. O autarca aproveitou, com isto, para anunciar que o município vizinho à capital “está disponível para participar no capital" desta empresa, argumentando que Oeiras deve ter mão sobre as empresas de transportes que servem o seu território. Carlos Moedas não se alongou sobre o tema, dizendo apenas, à saída da cerimónia, que Lisboa está disponível para debater essa compra.
