Foi melhor que zero, o resultado das sanções - uma vitória conseguida com a ajuda de um Papa, mas mais papista que ele. Há listas de ricos e uma empresa riquíssima. E um apoio especial a Hillary.
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1. With a little help from my friend. O que era uma ameaça de sanção, transformou-se em sanção anulada e numa folga adicional. Até ontem, o país preparava-se para uma penalização da Comissão Europeia e contava com um orçamento sob pressão total, para chegar aos 2,3% de défice. Mas da reunião em Bruxelas saiu, não a fava, mas uma rifa: António Costa "só" precisa de atingir os 2,5%. Ficou alguma pressão? Ficou, até mesmo uma sugestão para subir o IVA, mas é agora mais pequena.
Claro está que Marcelo celebrou (mesmo que exigindo em troca ao Governo); que Costa festejou (insistindo que não é preciso plano B); que os partidos relaxaram (menos o PCP, que manteve a desconfiança face a Bruxelas); e que Moedas reclamou louros (mesmo sabendo que contou a ajuda de um amigo especial).
Alguns jornais contam que, Juncker foi decisivo nos bastidores. Mas em Bruxelas há quem diga o Papa que salvou Portugal e Espanha foi um conhecido amigo alemão - e que os comissários acabaram por ir mais longe do que queria o Papa (e do que o próprio Juncker preferia). Conta o Politico, jornal online de Bruxelas, que Juncker, surpreendido com uma votação que ia mais longe do que ele próprio defendia, disse isto à mesa da reunião:
"We must not be more Catholic than the Pope, but please make it known that the Pope wanted a fine of zero,"
(Não devemos ser mais católicos do que o Papa, mas por favor anotem que o Papa quer uma multa zero).
A multa nem a chegou, foi anulada. Schauble terá, diz o mesmo jornal, argumentado que quer "estabilidade política" no Sul da Europa, argumentando sobretudo com a frágil situação espanhola. Objetivo: não prejudicar Rajoy. "O Governo de esquerda em Portugal conseguiu uma viagem grátis no comboio de Schauble", conclui o artigo. Aqui ao lado, em Espanha, o El Pais corrobora, numa crónica brilhante sobre a negociação à mesa.
Mas, para já, só há um desiludido assumido (pista: é socialista, ma non troppo).
Eu, por aqui na TSF, chamei a tudo isto uma vitória inequívoca de António Costa - mas não definitiva.
2. Falando em folga, aqui vão os mais ricos. Por cá, os sortudos (a sorte dá muito trabalho, digo eu) são estes. Já lá por fora, há uma empresa que não para de romper limites: chama-se Facebook e os seus lucros já atingem... esta soma.
3. Não se queixará de dinheiro, muito menos dos amigos. Hillary Clinton é a mulher do momento nos EUA. Esta noite, na Convenção Democrata, a ex-primeira dama recebeu um ex-adversário muito especial dizer-lhe isto: "Posso dizer com confiança que nunca houve um homem ou uma mulher - nem eu, nem Bill [Clinton], ninguém - mais qualificado do que Hillary Clinton para servir como residente dos Estados Unidos da América". Consegue adivinhar quem foi?
A propósito: sabe como as mulheres nos EUA encaram a possibilidade de Hillary ser Presidente? Aqui estão algumas respostas.
4. Voltamos à terra, para lhe dizer que hoje há greve no SNS (que só exclui os médicos). Como é hábito, os sindicatos reclamam vitória total. Dúvida & curiosidade: o Governo de esquerda vai entrar na guerra dos números? Outra dúvida: afinal como está a aplicação das 35 horas, que é mote para esta paralisação?
5. E agora o descanso. Este faz-se de futebol (ainda em aquecimento, também no caso do Benfica e do Porto). Também de ciclismo (com um camisola amarela português, no arranque da Volta a Portugal). E de expectativa quanto ao arranque dos Jogos Olímpicos - com competições marcadas para o meio de um... esgoto.
Por cá, tudo limpo, limpinho. O fim de semana vai estar menos quente, mas perfeito para quem quer descansar e aproveitar o sol. Se ainda estiver a trabalhar, o nosso melhor conselho é este: uma boa caminhada, que resolve 8 horas sentado(a) na cadeira.
É aqui que me despeço, com um até amanhã. As notícias, já sabe, vão estar na TSF.