N'"A Opinião" da TSF, João Cravinho a polémica sobre a descida da meta do Governo do défice de 2018 para 0,7%, do PIB em vez dos anteriores 1,3%.
Corpo do artigo
João Cravinho diz que é bom ter as contas do país certas, mas que não se pode "criar excedentes à vontade", sob pena de prejudicar "o bem-estar das pessoas". No espaço de comentário que ocupa semanalmente na TSF, "A Opinião", o socialista afirmou que "não faz sentido nenhum" pensar que enquanto o défice não estiver em 0%, não se pode fazer nada.
O economista considera que a intenção do Governo de estabelecer a descida do défice para 0,7% do Produto Interno Bruto (PIB) este ano, um esforço para abater a dívida mais rapidamente, tem lógica, porque permitirá a Portugal apresentar os bons resultados económicos como argumento para negociar novos objetivos a médio prazo. No entanto, para João Cravinho, o estímulo ao crescimento não pode ser negligenciado.
TSF\audio\2018\04\noticias\19\a_opiniao_joao_cravinho
"O saldo primário para que o Governo aponta em 2021 e 2022 é proibitivo. É de uma violência enorme e um forte constrangimento para o crescimento", disse o economista, sublinhando as intenções do executivo de ter um excedente orçamental de 1,3%.
João Cravinho afirma que Portugal necessita muito de investimento público, apresentando dos valores "mais baixos da União Europeia" neste campo, e que deve ser esse o destino das verbas que o Governo quer poupar para reduzir o défice.
"A compressão da despesa a todo o custo não é sustentável nem política nem socialmente", declarou.