Segundo o Sindicato da Construção de Portugal, o dono das obras do Túnel do Marão indicou que a suspensão dos trabalhos deve-se à falta de dinheiro.
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O Sindicato da Construção de Portugal denunciou que as obras do Túnel do Marão foram suspensas por três meses a partir desta segunda-feira, naquela que não é a primeira paragem destes trabalhos, que já tinham sofrido uma suspensão em Janeiro de 2010.
Ouvido pela TSF, Albano Ribeiro, dirigente deste sindicato, afirmou que os trabalhadores receberam a informação de que o dono da obra, um consórcio liderado pela Somague, «não tinha dinheiro e que a obra ia parar durante 90 dias».
Este sindicalista admitiu que ainda que se há funcionários que trabalham para «empresas idóneas» e que «vão para casa receber os seus salários», a «grande parte dos trabalhadores nem direito ao salário vão ter, porque trabalhavam para sub-empreiteiros que os abandonam pura e simplesmente».
Albano Ribeiro contabiliza em 300 o número de trabalhadores envolvidos na construção dos túneis poente e nascente do Marão, e em 1100 os que estão espalhados pelo resto da auto-estrada que está em construção entre Vila Real e Amarante.
Perante isto, este dirigente do Sindicato da Construção de Portugal diz que vai pedir uma reunião urgente ao ministro das Obras Públicas, Álvaro Santos Pereira, onde pretende apresentar várias propostas para os problemas que o sector enfrenta, nomeadamente a falta de pagamento de salários.
«Mais de dez mil trabalhadores têm salários em atraso, uns um mês, outros, dois, outros três. É uma bomba que está para rebentar», afirmou este sindicalista, que entende que as propostas a apresentar «são perfeitamente suportáveis em termos económicos e financeiros para o país».
Para Albano Ribeiro, uma aposta do Governo em obras de «saneamento básico cria 20 mil postos de emprego», ao passo que as obras de «requalificação de estradas cria 30 mil postos», enquanto que a «requalificação urbana das pequenas, médias e grandes cidades cria 70 mil postos de trabalho».