O militante do PCP diz que as privatizações anunciadas pelo Governo fundamentam-se em razões ideológicas. Defende que muitas nem concorrência têm e que vão prejudicar o país.
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«O pacote de privatizações baseia-se em razões estritamente ideológicas pois do ponto de vista da racionalização económica não há nada que justifique a privatização de monopólios de facto», disse o ex-deputado numa audição pública promovida pelo grupo parlamentar do PCP.
O ex-líder parlamentar do PCP referiu, a titulo de exemplo, o caso da GALP, CTT e REN.
O economista considerou que ninguém vai criar empresas destas por isso não estão em causa questões de concorrência.
«Entre as empresas a privatizar estão as jóias da coroa das empresas públicas portuguesas e desde logo não existe a garantia de que os centros decisores estratégicos fiquem em Portugal e em mãos de gestores portugueses», afirmou, alertando para o risco das empresas públicas portuguesas serem comprados por investidores estrangeiros.
Octávio Teixeira disse à agência no final da audição que a eficiência e a qualidade dos serviços prestados pelas empresas públicas «deve ser uma preocupação do dia a dia» das próprias empresas e dos seus trabalhadores.
Quanto às dívidas avultadas que algumas empresas públicas têm, o economista defendeu que «a privatização não as leva» por isso a solução será a reestruturação dessas dividas junto da banca.
Responsabilizou o Estado por algumas situações de endividamento de empresas públicas, causadas pelo falta de pagamento atempado das indemnizações compensatórias.
Octávio Teixeira foi um dos oradores no debate promovido pelo grupo parlamentar do PCP que juntou algumas dezenas de sindicalistas e membros de comissões de trabalhadores de empresas públicas.