Tomemos como exemplo uma funcionária pública, divorciada, com um filho de quatro anos e com um salário bruto mensal de 2500 euros. Sem alterações no escalão do IRS são os cortes salariais e o aumento dos descontos para a ADSE que vão provocar um rombo no orçamento desta família.
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«Esta remuneração já sofria corte em 2013, mas o corte de 2014 vai ser mais elevado porque os cortes começam mais cedo e as taxas também são distintas», explica Sandra Aguiar. A especialista em IRS da KPMG acrescenta que os cortes e o aumento da contribuição para a ADSE «vão fazer com que esta família monoparental tenha uma redução no rendimento líquido de mais de 5, 5%».
Feitas as contas, no total, em 2014 esta mãe vai ter menos 1 200 euros, uma situação que só não é pior porque a tributação em sede de IRS também vai baixar. «Em termos de IRS, a taxa marginal continua a ser a mesma, o terceiro escalão (37%), mas a base vai ser menor. Portanto na taxa efetiva de tributação vamos ter cerca de 20% de IRS comparando com 21, 5%, o ano passado», esclarece Sandra Aguiar.
Com despesas de educação de 3 mil euros, gastos em saúde no valor de 900 euros e encargos com um crédito a habitação, as deduções mantêm-se, o que muda mesmo para esta família é o rendimento disponível.