Crescimento de 2,7% e défice em 1,4% este ano, com a dívida a descer até os 112% em 2021. Teodora Cardoso projeta "números muito positivos", mas deixa avisos ao governo.
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O Conselho das Finanças Públicas (CFP) melhora as projeções, sublinhando a "capacidade da economia portuguesa para reentrar numa trajetória de crescimento moderado e de reequilíbrio macroeconómico".
Para 2017, a entidade liderada por Teodora Cardoso projeta 2,7% de crescimento, mais 1 ponto percentual do que em março e bem acima da previsão do governo (1,8%). O CFP sublinha que este crescimento está a ser puxado pela "forte aceleração" do investimento e das exportações, em conjunto com uma "rápida quebra do desemprego e retoma de confiança na economia".
Nos anos seguintes, o CFP acredita que o crescimento deverá abrandar (2,1% em 2018 e 1,7% nos três anos seguintes), continuando "alicerçado na procura interna".
O CFP acredita ainda que o défice vai baixar este ano para 1,4% (uma décima abaixo da previsão do governo) e 1,3% em 2018. Teodora Cardoso "assume a manutenção da capacidade de contenção da despesa demonstrada em 2016 e no primeiro semestre de 2017", conseguindo o governo "manter as contas externas perto do equilíbrio e aproximar-se do cumprimento das regras orçamentais".
Até 2021, a dívida pública deve descer dos 130,1% do PIB registados em 2016 para 112,9%, uma redução de 17,2% em 5 anos.
Os números, que constam do relatório Finanças Públicas: Situação e Condicionantes 2017-2021, apresentado esta quarta-feira, considera apenas medidas já adotadas e legisladas.
Teodora Cardoso diz, no entanto, que é importante não repetir erros do passado, alertando o governo para a tentação de aumentar despesa num contexto de crescimento. A economista está preocupada com a perda de produtividade do país, afirmando que o governo não deve reduzir impostos ou aumentar despesa apenas porque baixou o défice.