OE2026 é "pouco ambicioso" e requer criação de uma comissão interpartidária para reformas de longo prazo
O presidente da AGEFE refere que é preciso um choque de modernização para estímulo à competitividade das empresas
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A associação que reúne setores elétrico, eletrodoméstico, eletrónico e das TIC - Tecnologias de Informação e Comunicação (AGEFE) alerta que a proposta de Orçamento do Estado para 2026 (OE2026) mantém apenas uma lógica de continuidade e carece de medidas transformadoras que impulsionem a produtividade, a inovação e a competitividade fiscal.
Em declarações à TSF, Nuno Lameiras, presidente da AGEFE, aplaude a aprovação do OE2026 na generalidade, mas avisa que é um documento "pouco ambicioso" face aos desafios do sector que comporta atividades-chave, como a industrialização da Europa, a transição energética e o combate às alterações climáticas.
Para Nuno Lameiras, é preciso um choque de modernização para estímulo à competitividade das empresas, que passaria por novos instrumentos de natureza fiscal. Defende também medidas como o alargamento no âmbito da taxa de IVA para 6%, incluindo os eletrodomésticos, bem como a majoração de despesas com soluções ligadas à inovação e sustentabilidade e medidas de atração de capital humano.
O presidente da AGEFE acredita que o país precisa de atrair talento e fixar mão de obra qualificada e afirma que "são precisas reformas estruturais além do que se negoceia no conselho de contração social". Propõe, por isso, a criação de uma comissão interpartidária para negociar entendimento sobre reformas estruturais de longo prazo.
Nuno Lameiras garante à TSF que o documento da AGEFE já foi enviado ao Governo e ao Parlamento. Agora vai pedir audiências para obter respostas.
