Os 8 principais bancos portugueses tiveram de reforçar as imparidades, após mais uma inspeção especial às carteiras de crédito destes bancos realizada pelo Banco de Portugal.
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Os principais bancos portugueses tiveram de colocar de parte mais de mil milhões de euros para fazer face a crédito às empresas que esteja mal-parado ou cuja recuperação se adivinhe difícil.
O Banco de Portugal obrigou as 8 maiores instituições financeiras a colocar essa almofada nos resultados do primeiro semestre.
São 1100 milhões de euros que os oito principais bancos tiveram de incluir nos balanços e que afetam os resultados dos primeiros seis meses do ano
Em comunicado, o Banco de Portugal informa que olhou à lupa para os números da banca nacional referentes ao final de abril e conclui que os bancos tinham de constituir almofadas relativas a crédito às empresas., um dos tipos de crédito com maior volume em Portugal.
A evolução negativa deste tipo de empréstimos é um sintoma da recessão. Quantas mais empresas entram em situação difícil, maior dificuldade os bancos têm em recuperar esses créditos.
Os bancos já refletiram esta obrigação nos resultados de junho, o que levou a uma degradação ligeira do rácio de solidez que mede o pulso à saúde financeira da banca.
Esse rácio, que em "economês" se chama core tier 1, relaciona o total de activos de um banco com aqueles que são considerados de melhor qualidade.
O Banco de Portugal obriga a que este rácio esteja acima dos 10 por cento. A média do core tier 1 destes oito bancos está agora nos 11,2 por cento.
Os oito bancos envolvidos são a Caixa Geral de Depósitos, o BES, o BCP, o BPI, o Banif, o Montepio Geral, o Santander e o Crédito Agrícola que, todos juntos, representam mais de 80 por cento do total do sistema bancário nacional.