O presidente do Tribunal de Contas considerou que a carga fiscal aplicada sobre os portugueses atingiu o limite e sublinhou que as boas intenções não chegam.
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O responsável, que falava à margem de um colóquio organizado em parceria com o Tribunal de Contas de França sobre políticas orçamentais em tempo de crise, que decorre em Lisboa, foi questionado pelos jornalistas sobre se o nível de carga fiscal em Portugal teria já ultrapassado o seu limite.
«Estamos no limite e é indispensável termos muito cuidado, pelo que é indispensável corrigir, se for caso disso, de modo a garantir receitas e simultaneamente um melhor funcionamento dos serviços públicos», afirmou, dizendo mesmo que «não há mal em aceitar os erros», apesar de não referir nenhum em particular no que diz respeito à política fiscal.
Instado a comentar o Programa para o Crescimento, Emprego e Fomento Industrial apresentado recentemente pelo ministro da Economia como a estratégia do Governo para fomentar o crescimento económico, Guilherme d'Oliveira Martins diz que acompanha de perto todas estas iniciativas mas que só as boas intenções não chegam.
«As boas intenções não bastam, é indispensável que haja ação e capacidade de decidir», disse.
O responsável considera ainda que «não se resolve os problemas lançando dinheiro sobre eles, e muito menos pondo em causa a disciplina financeira e orçamental».