Olli Rehn: Reformas estruturais terão de continuar depois da saída da "troika"
O sucesso da estratégia do resgate a Portugal será medido pela capacidade do país regressar aos mercados e as reformas estruturais terão de continuar depois da saída da "troika" Os avisos são do comissário europeu dos Essuntos Económicos num artigo de opinião que vai ser publicado na segunda-feira no Diário Económico.
As reformas estruturais têm um papel central na recuperação económica e, por isso, têm de continuar no pós-troika. O aviso é de Olli Rehn.
Num artigo de opinião a publicar na edição de segunda-feira do Diário Económico, o comissário europeu escreve que só com essas reformas Portugal pode ambicionar alcançar um crescimento sustentado.
Rehn elogia um ajustamento que considera notável, feito num contexto social difícil, do qual destaca o aumento do desemprego, em especial do desemprego jovem.
Por outro lado, reconhece que a implementação do resgate foi um desafio maior do que o previsto, muito por causa da recessão, da tensão política, dos chumbos do Constitucional e da resistência dos lobbies.
O comissário sublinha que algumas reformas adotadas pelo Governo foram consideradas inconstitucionais, enquanto outras esbarraram nos interesses instalados, acrescentando que também ocorreram episódios de tensão política no início do ano
Perspetivando o futuro, o comissário diz que o país tem de focar-se em medidas que promovam o crescimento e o emprego, mas sem esquecer a disciplina orçamental até porque «a dívida pública tem de manter-se sustentável» e acrescenta que «o sucesso ou o fracasso da estratégia para a sustentabilidade da dívida será medido pelo acesso de Portugal aos mercados»
Olli Rehn diz ainda que o futuro imediato do país passa por condições que serão as mesmas com ou sem cautelar, porque o caminho da responsabilidade orçamental tem de continuar e sublinha que o país «pode estar tranquilo», porque, se for necessário, a Europa vai avançar com ajuda adicional.
O comissário termina o artigo com um apelo. É urgente, escreve Rehn, definir uma nova visão a médio prazo para o país, que deve contar com uma ampla base de apoio político e social.