A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) reviu, esta terça-feira, em baixa as suas previsões de procura do crude para 2011 e 2012 devido à turbulência nos mercados.
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De acordo com um relatório mensal divulgado pelas agências internacionais, a OPEP estima que a procura do petróleo deverá fixar-se, em 2011, nos 88,12 milhões de barris por dia, abaixo das previsões anteriores que apontavam para uma procura de 88,18 milhões de barris por dia.
Em relação ao ano passado, a OPEP refere que o crescimento do consumo de petróleo representa este ano uma queda de 1,2 milhões de barris por dia.
«Circunstâncias de ordem económica, combinadas com os preços elevados do petróleo afectaram a procura nos países da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico) e levaram a um consumo menor do que o esperado no Verão, uma altura propícia para as viagens de automóveis», justificam os analistas da OPEP, cujos países membros fornecem cerca de 35 por cento do crude mundial e dispõem de mais de 3/4 das reservas mundiais.
A situação nos Estados Unidos, que elevou recentemente o tecto da dívida pública para evitar a entrada do país em incumprimento, preocupa a OPEP, que reviu em baixa o consumo do maior comprador de petróleo a nível mundial para 2011 e 2012.
«Se a situação continuar a deteriorar-se nos Estados Unidos, a procura mundial vai diminuir também ainda este ano», prevêem os economistas da OPEP, apesar de considerarem que a revisão da notação da dívida norte-americana, que passou e AAA para AA+, pela Standard & Poor's, terá um «impacto reduzido no curto prazo».
Já na Zona Euro, os riscos de contágio da crise da dívida soberana a Itália ou Espanha são contrabalançados pelas encomendas na indústria transformadora que deverá manter os níveis da procura, segundo a OPEP.
Para 2012, as previsões apontam para uma procura de 89,44 barris por dia, esperando a OPEP uma retoma da economia norte-americana no próximo ano de forma a manter esta estimativa.
Contudo, a organização receia que a turbulência económica, as acções do governo e o aumento dos preços de extracção possam atenuar esta expectativa.