Em causa está o atraso do pagamento de 48 milhões de euros do reembolso do Estado pelos tarifários sociais
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Os operadores rodoviários ameaçam suspender os passes sociais já em novembro. Exigem pagamento de dívida do Estado em atraso e a retirada dos Intercidades das viagens do passe Ferroviário Verde que entra em vigor na próxima segunda-feira, dia 21 de outubro.
Em causa está o atraso do pagamento de 48 milhões de euros do reembolso do Estado pelos tarifários sociais, como o passe gratuito para menores de 23 anos, entre outros, tal como adiantou à TSF, o Presidente da ANTROP - Associação Nacional de Transportes de Passageiros, mas Luís Cabaço Martins, diz que não é nada contra a medida política em si, mas porque as empresas atingiram ponto de insustentabilidade e algumas já recorrem a empréstimos para pagar salários.
De acordo com a portaria que regula esta atividade, os pagamentos aos operadores processam-se através das comunidades intermunicipais, “é um processo burocrático e moroso que os operadores compreendem, mas não podem estar a suportar tal medida.
Cabaço Martins adianta que o sector recebeu a garantia, em reunião com o governo, que parte da verba já tinha sido disponibilizada às CIM’s, mas apela ao executivo “para ver onde pára o dinheiro, pois já existem empresas a recorrer a empréstimos bancários para pagar ordenados”.
A ANTROP considera que a preocupação é maior, porque mesmo existindo esta divida de quase 50 milhões aos operadores, o governo já inscreveu no Orçamento do Estado de 2025, o alargamento deste tipo de passe de transporte público a novos tarifários sociais.
Cabaço Martins adianta mais, acusa de incompetência o governo por criar o novo passe Ferroviário Verde, no valor de 20 euros mensais para viagens que incluem não só comboios regionais, como Intercidades, rede que tem articulado ligações com o transporte rodoviário, em todo o país, em especial no interior, considerando que as empresas do sector não vão poder ser competitivas com tais preços e correm o risco de tornar o negócio insustentável, apelando ao executivo que durante o debate do OE’2025 no parlamento retirada tal medida do documento a aprovar, alegando que vai desequilibrar o ecossistema de transportes a nível nacional.
Para já sem o estado tem por saldar uma dívida de 48 milhões de euros com os operadores rodoviários referente a atrasos no pagamento de reembolsos dos tarifários sociais com os passes de transporte gratuitos, deixa no ar a ameaça de suspender a medida já com efeitos no mês de novembro garante ter já comunicado à tutela a intenção dos operadores.
