A oposição criticou, esta quarta-feira, o aumento para o dobro das taxas moderadoras noticiado por alguns jornais. O Governo respondeu que algumas pessoas vão deixar de pagar.
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Esta terça-feira, o ministro da Saúde, Paulo Macedo, tinha dito que as taxas moderadoras vão duplicar no valor global, mas não entrou em valores concretos, ou seja, não disse qual o valor das diferentes taxas.
Os valores vão ser publicados em portaria nas próximas semanas e permitirão ao Estado arrecadar 100 milhões de euros.
O comunista Bernardino Soares criticou a forma como o Governo pretende distribuir os sacrifícios: «A Sonae e a PT passam sem pagar impostos e os portugueses pagam o dobro das taxas moderadoras (...) Esta é que é a vossa moralidade», afirmou.
«Muitos reformados e doentes crónicos não vão conseguir ter acesso à comparticipação dos medicamentos e vão passar a pagá-los por inteiro», criticou ainda, acusando o Governo PSD/CDS de «roubar aos trabalhadores e ao povo», favorecendo «o grande capital e os grandes grupos económicos».
O bloquista João Semedo avisou que os portugueses passarão a pagar o dobro ou mais do dobro das taxas numeradoras. Este é o primeiro passo para pôr os portugueses a pagar os seus cuidados de saúde, para além do que já pagam nos impostos, avisou.
«Não moderam a utilização dos recursos de saúde», disse, acusando o Governo de utilizar as taxas moderadoras «perversamente» e de pretender transformá-las num meio de financiamento do Serviço Nacional de Saúde (SNS).
O Executivo «olha para os doentes como alguém que vive acima das suas possibilidades», disse, ironizando: «Só falta ao PSD criminalizar a doença para que as taxas moderadoras subam mais».
O secretário de Estado Adjunto da Saúde, em representação de Paulo Macedo, respondeu que haverá mais portugueses que ficarão isentos de pagar taxas moderadoras e acusou os dois deputados de «lerem mal» a legislação.
Fernando Leal da Costa explicou que foi alterada a forma como é feito o cálculo do pagamento por forma a impor uma «justiça equitativa» no pagamento, ou seja, «só pagam aqueles que as podem pagar».
O governante respondeu ainda que «vão objectivamente passar a ser taxas moderadoras».
Disse também que menos portugueses vão pagar medicamentos e os que pagarem vão pagar muito menos,