O PS diz que o crescimento do PIB ficou abaixo das previsões e do orçamentado pelo Governo, tal como o PCP que considera que o crescimento é "insuficiente" e inferior à previsão do Governo. Já o BE diz que indicadores económicos mostram que a economia não responde "ao essencial".
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O PS, pela voz do deputado João Galamba, considerou hoje que "estamos perante um valor que fica no limite inferior e mais conservador de todas as estimativas conhecidas para o crescimento do PIB no primeiro trimestre deste ano e abaixo do que está orçamentado. Fica muito abaixo de todas as estimativas sobre a evolução do PIB apresentadas nos últimos tempos", declarou.
Perante os jornalistas, João Galamba referiu que o primeiro-ministro se mostrou "ufano", alegando ter fortes indicações de que o PIB poderia ficar acima das estimativas, "mas enganou-se, porque foi enganado".
"O primeiro-ministro confiou em dois economistas que convidou para fazerem parte do seu grupo destinado a responder ao quadro macroeconómico do PS. Devem ter sido estes dois economistas que deram a indicação ao primeiro-ministro de que a economia cresceria muito mais: Um por cento em cadeia em vez de 0,4 por cento, e cerca de 2,2 por cento em vez de 1,4 por cento", advogou João Galamba.
Para o dirigente socialista, "numa altura em que a maioria PSD/CDS tenta lançar poeira para os olhos em torno do quadro macroeconómico do PS, uma coisa é certa: Os dois economistas que o PSD escolheu para lhes calcular um quadro macroeconómico falharam colossalmente na sua primeira estimativa". "Este crescimento depende uma vez mais da procura interna e, sobretudo, do consumo privado, que em larga medida resultou da compra de automóveis", acrescentou.
O PCP considerou hoje que o crescimento registado no primeiro trimestre deste ano em Portugal é "insuficiente" e inferior à previsão do Governo, não se traduzindo em qualquer melhoria da qualidade de vida da generalidade dos cidadãos.
Já o deputado comunista Paulo Sá considera que "este crescimento económico é insuficiente e não traduz uma melhoria das condições de vida dos portugueses, mas apenas uma acumulação de riqueza nas grandes empresas e nos grupos económicos".
Para o deputado do PCP, os dados do INE permitem concluir que "a procura interna abrandou - o que é um reflexo da insistência do Governo nas medidas de austeridade -, e que se verifica um diminuto investimento público".
"O crescimento económico é inferior à previsão do Governo e também muito pequeno face às necessidades de desenvolvimento do país. Este crescimento não se traduz na melhoria das condições de vida dos portugueses, porque, paralelamente, os cidadãos estão a ser esmagados com medidas de austeridade - medidas que o Governo pretende continuar a aplica-las no futuro", insistiu.
Pelo Bloco de Esquerda (BE), o líder parlamentar, Pedro Filipe Soares, considerou hoje que os indicadores do crescimento económico divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística mostram que a economia "não está a responder ao essencial", acrescentando que "há muito por fazer numa economia que foi destruída durante quatro anos de austeridade e que está hoje ainda aquém do que era em 2010".
"Os indicadores demonstram desigualdade e a vida real das pessoas mostra que os salários não chegam para pagar as contas no final do mês", afirmou o líder parlamentar bloquista, referindo que "a economia não cria o essencial e o essencial é riqueza e é a criação de emprego, essa é que é uma economia que responde às pessoas".
O líder parlamentar do BE sublinhou ainda que a economia está "mais destruída, com menos emprego e com muito menos salários do que anteriormente", referindo-se à "altura em que o Governo tomou posse".