O antigo CEO do Banco Espírito Santo assume que julgou mal algumas pessoas. E que cometeu erros. Mas não aceita responsabilidades que são de outros.
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Garante que nunca foi hostilizado pelos lesados do BES e compreende as razões de queixa que apresentam. Em entrevista ao Dinheiro Vivo, Ricardo Salgado volta a lembrar que sempre teve intenção de pagar tudo a toda a gente e que, se não o fez, foi porque "o Governador do Banco de Portugal decidiu avançar com a resolução do BES".
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Se cometeu erros? Claro que sim, mas "eu assumo a responsabilidade pelos meus atos, não pelos do Banco de Portugal". Quanto aos lesados do BES, lembra que "estamos a falar de dois mil milhões de euros em papel comercial, num total de depósitos de 35 mil milhões. Era um montante pequeno". Ainda assim, aos que perderam o dinheiro diz: "lamento, obviamente".
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Entre os erros que assume ter cometido, está sobretudo um, de julgamento. "Álvaro Sobrinho e Hélder Bataglia tiveram um papel terrível na destruição do banco em Angola", acusa, acrescentando que os dois "fizeram uma gestão ruinosa". Salgado conta que "só mais tarde vim a perceber que eles eram sócios" e confessa que "este foi um erro meu, de julgamento".
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Agora que o Novo Banco vai passar para mãos estrangeiras, Ricardo Salgado critica a decisão do Estado português e defende que "era perfeitamente possível que o banco passasse para a Caixa Geral de Depósitos ou para o BCP". Ou porque não ficar "no Banco de Fomento?", pergunta o ex-presidente do BES.