“A pobreza e a privação transmitem-se entre gerações”, conclui o Banco de Portugal
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A equipa do governador Mário Centeno escolheu “a transmissão intergeracional da pobreza e da privação material e social em Portugal” como tema em destaque do Boletim Económico de junho.
O Banco de Portugal (BdP) recorreu ao último Inquérito às Condições de Vida e Rendimento, realizado pelo Instituo Nacional de Estatística, para concluir que “há uma associação entre as dificuldades económicas dos pais e a dos seus filhos na idade adulta”.
“Um indivíduo com idade entre 39 e 49 anos e com uma boa situação financeira aos 14 anos tem uma probabilidade de 5,8% de viver atualmente em privação. Esta probabilidade aumenta para 19,5% se a sua situação financeira na adolescência era má”, revela o artigo.
Por outro lado, o elevador social que é a educação está também condicionada pelos níveis de rendimentos das famílias: "Quando a escolaridade máxima dos pais é o 9.° ano, apenas 21,7% dos filhos completa o ensino superior. Essa percentagem ascende a 57,9% quando os pais têm o ensino secundário e 79,7% quando têm o ensino superior."
Em conclusão, o BdP adianta que “a percentagem de indivíduos em pobreza ou privação reduz-se acentuadamente com o grau educativo atingido, apresentando valores particularmente baixos quando os indivíduos alcançam o ensino superior”.