
Gustavo Bom/ Global Imagens
Paes do Amaral vai processar o novo dono da TAP, o empresário Humberto Pedrosa que ao lado de David Neeleman ganhou a compra de 61% da transportadora aérea. Em causa está o acordo que tinham feito para concorrerem juntos a transportadora aérea.
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De acordo com o Jornal de Negócios e o jornal Público, Miguel Paes do Amaral comunicou já por carta a Humberto Pedrosa a intenção de o processar. Nessa carta, o administrador da Media Capital, refere que no ano passado, Pedrosa, em nome do grupo Barraqueiro comunicou à Quifel Holdings ,o seu interesse em integrar um consórcio para a compra da transportadora disponibilizando-se para investir entre 5 a 10 milhões de euros.
Depois de aceitar esta manifestação de interesse, a Quifel disponibilizou, a Pedrosa, informação relativa à proposta que a holding tencionava apresentar desde a estratégia do consórcio, avaliação da empresa, oferta financeira e plano de negócios.
Na carta , Miguel Paes do Amaral recorda que ainda em 2014, o grupo Barraqueiro assinou mesmo com a Quifel um contrato de confidencialidade válido por três anos que, entre outras matérias, proibia a associação, a qualquer titulo, com outro grupo concorrente. Um compromisso, diz o administrador da Média Capital, que nunca foi denunciado.
Paes do Amaral acrescenta ainda que poucos dias antes da entrega das propostas, Humberto Pedrosa comunicou à Quifel que, por divergências com sócios no grupo Barraqueiro, pretendia participar no consórcio com a sua holding pessoal. Uma proposta que foi aceite.
Depois de tudo isto, Paes do Amaral diz que "foi com estupefação" que a 5 de maio a Quifel soube que Pedrosa iria afinal integrar um consórcio concorrente à privatização da TAP.
O administrador da Média Capital refere que Pedrosa lhe causou prejuízos, acusa-o de ter tido acesso a informação privilegiada e considera que a proposta vencedora do grupo Gateway, da qual faz parte Humberto Pedrosa, "contempla soluções financeiras e operacionais que a própria Quifel tinha considerado apresentar".
Ao Jornal de Negócios, Humbero Pedrosa diz que desconhece a carta enviada por Paes do Amaral e estranha a sua decisão de o processar. Reconhece que em tempos houve intenção de poderem fazer um projecto comum, mas nada teve seguimento.
Fonte próxima do empresário Paes do Amaral diz que as ações contra Humberto Pedrosa vão ser interpostas em tribunais de Portugal e dos Estados Unidos, uma vez que o acordo celebrado entre a Quifel e o grupo Barraqueiro foi feito ao abrigo da legislação norte- americana uma vez que envolvia empresários deste país.