
Francesco Franco
Global Imagens/Diana Quintela
O "pai da TSU" entende que Portugal vai conseguir evitar um segundo resgate e considera que a dívida pública é sustentável.
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Francesco Franco considera que o nível de dívida do país não constitui, por si só, motivo para alarme. O académico entende que «a sustentabilidade é um conceito de longo prazo» e acredita que se Portugal conseguir crescer, «a dívida vai ser sustentável».
Entrevistado no programa Tudo é Economia, da TSF e Dinheiro Vivo, Francesco Franco, que é um académico próximo de Olivier Blanchard, economista-chefe do FMI, considera que o cenário de Portugal ter de em 2014 financiar-se em 8 mil milhões de euros não implica um segundo resgate, que considera «a pior opção».
O economista lembra que há outros dois mecanismos ao dispor do país, que podem ser considerados programas cautelares: «o primeiro dá acesso a fundos até 10 % do PIB, o que é suficiente para Portugal. O fundo pode comprar dívida portuguesa no mercado primário ou pode ser um empréstimo directo. Mas para aceder a esta linha de crédito o país tem de ser sustentável na dívida publica, na dívida externa e no sistema bancário».
O segundo mecanismo, explica Francesco Franco, «dá o mesmo tipo de crédito mas com uma condicionalidade mais forte, no sentido em que implica uma condicionalidade europeia da política económica portuguesa durante um período. Mas isto não é um segundo resgate».
«Pai da TSU»
Em 2010 Francesco Franco elaborou, a pedido do Fórum para a Competitividade, um estudo em que defendeu a redução da Taxa Social Única para as empresas.
O estudo foi entregue a Passos Coelho, então candidato a primeiro-ministro. Há um ano, já enquanto chefe do Governo, Passos Coelho pegou nessa ideia e propô-la ao país: anunciou uma redução da contribuição das empresas para a Segurança Social, acompanhada por um aumento dessa taxa para os trabalhadores.
A ideia foi rejeitada por empresários e sindicatos e o Governo acabou por recuar na proposta. Mas Francesco Franco não se livrou da alcunha: passou a ser conhecido como «o pai da TSU».