O presidente da CIP, António Saraiva, salientou que, "se por um lado é necessário manter os fundos de coesão, por outro lado não é oportuno que se lancem impostos sobre atividades económicas".
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As confederações Empresarial de Portugal (CIP), Geral dos Trabalhadores Portugueses (CGTP) e do Comércio e Serviços de Portugal (CCP) divergiram esta terça-feira quanto à criação de três novos impostos europeus, mas concordaram no aumento da contribuição dos países.
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Falando à entrada da reunião plenária da Comissão Permanente de Concertação Social, em Lisboa, o responsável disse esperar que, em vez disso, os Estados-membros da União Europeia encontrem "mecanismos de aumentar as suas contribuições" sem ser com a criação de impostos sobre a economia digital, as empresas poluentes e as transações financeiras.
"Apesar da ameaça que é a redução do orçamento com a saída do Reino Unido, há seguramente forma de encontrar mecanismos que acautelem países como Portugal nos seus interesses com o fundo de coesão", reforçou, admitindo, ainda assim, que "não é fácil conciliar a diminuição de receitas e o aumento de custos".
António Saraiva recusou foi o "caminho fácil de aumentar impostos".
Por seu lado, o secretário-geral da CGTP, Arménio Carlos, lembrou que o imposto sobre as transações financeiras não é novo e, desde que começou a ser falado, foi apoiado por esta estrutura sindical.
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Ao mesmo tempo, Arménio Carlos alertou para a "necessidade de os outros países, que têm beneficiado com a evolução económica da União Europeia, começarem a comparticipar mais e, neste caso concreto, a apoiar aqueles que tão sacrificados foram, como o povo português nos últimos anos".
A criação destes impostos estará em cima da mesa na reunião do Conselho Europeu de sexta-feira, em Bruxelas, encontro no qual se irá debater também a composição do Parlamento Europeu após as eleições de 2019.
Arménio Carlos propôs também que, na ocasião, o Governo defenda "a recuperação dos quatro deputados ao Parlamento Europeu que Portugal foi perdendo ao longo dos anos".
"Agora com a saída da Inglaterra, alguns vão aumentar o número de deputados e Portugal, neste momento, fica de fora. Parece-nos que é uma boa medida para aumentar a soberania nacional", acrescentou.
Já questionado sobre a questão económica, o presidente da CCP, João Vieira Lopes, defendeu "mais contribuições, principalmente pelos países com maior capacidade contributiva" e não rejeitou a criação dos impostos europeus.
"Aumentar a carga fiscal em Portugal parece-nos errado, parece-nos que é preferível haver impostos europeus que reforcem a unidade europeia", sublinhou o responsável.