PSD e CDS exigiram que os tribunais «condenem aqueles que fizeram os portugueses pagar pelo BPN. O PS recordou as férias de Dias Loureiro e Miguel Relvas e o PCP falou no «preço de favor» a que este banco foi vendido ao BIC.
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A Assembleia da República pediu, esta quinta-feira, em uníssono uma intervenção urgente dos poderes judiciais no que toca à punição dos responsáveis pelo "buraco" no BPN.
Durante a discussão do relatório das conclusões da Comissão de Inquérito sobre a Nacionalização e Reprivatização do BPN, o social-democrata Hugo Soares lembrou que os «crimes não têm ideologia e os tribunais não têm partidos».
«É momento que a culpa não morra solteira e que os tribunais condenem aqueles que fizeram os portugueses pagar pelo BPN doa a quem doer», acrescentou.
O centrista João Almeida considerou que a Justiça tem o seu trabalho muito atrasado em que relação ao que já foi feito pelo Parlamento.
«Os portugueses perguntam e têm razão para perguntar onde está a punição para aqueles que cometeram os crimes na gestão do BPN», sublinhou.
Referindo-se às férias de Dias Loureiro e Miguel Relvas no Brasil, o socialista Basílio Horta disse que se «compreende mal que quem deva dezenas de milhões de euros ao banco ostente uma riqueza pública, passeando-se por hotéis de luxo acompanhados por um membro deste Governo e altas personalidades políticas».
O bloquista João Semedo considerou que a linha que divide o Bloco de Esquerda do PSD «passa pelo Copacabana Palace», ao passo que o comunista Honório Novo aludiu ao «preço de favor» a que o BPN foi vendido aos angolanos do BIC.
Para este deputado do PCP, este preço «nem valor em conta o valor das avaliações realizadas na altura da privatização», tendo João Almeida reconhecido que a venda foi feita sob pressão e em condições de mercado muito difíceis e discutíveis.