Partidos portugueses marcam posição face a Bruxelas

Diz-me que perguntas fazes dir-te-ei quem és. É assim que se desenha uma audição parlamentar ao vice-presidente da Comissão Europeia responsável pelo Euro, Valdis Dombrovskis.

Os eleitos portugueses sucederam-se em perguntas ideologicamente formatadas. Inês Domingos do PSD quis saber quem acabou com a crise e "quais são as reformas que mais contribuíram para a transformação que ocorreu até ao início do ano passado e quais são as reformas necessárias para evitar a desaceleração que a Comissão está a prever e evitar esta divergência com a União Europeia?"

Por outro, Margarida Marques do PS quer que o Comissário Europeu valide uma ideia:

- "Este Governo fez a reforma e estabilizou o sistema financeiro o que é determinante para o financiamento da economia".

Já o Bloco de Esquerda pela voz de Isabel Pires em vez de uma interrogação coloca um ponto de exclamação na mesa do comissário:

- "Dar apoios financeiros para liberalizarmos mais o mercado de trabalho. Eu atrevia-me a pedir que a Comissão Europeia não fizesse mais este tipo de propostas porque elas não são boas para o país!"
E o deputado Filipe Anacoreta Correia do CDS olha para o setor bancário e pergunta a Valdis Dombrovskis "como pretende a Comissão acelerar a União do Mercado de Capitais com o intuito de diversificar as fontes de financiamento da economia real e nacional?"

Já Paula Santos do PCP continua a ver na europa um fator de quebra da independência nacional:

- "O avanço da União Económica e Monetária é responsável por este caminho de divergência do nosso país relativamente aos outros estados membros".

O homem forte do Euro na Comissão Europeia ouviu mas passou ao lado destas posições partidárias.

Nas respostas o Vice presidente da Comissão Europeia adiantou que espera em junho um acordo dos Estados membros para a União Bancária e continua por isso à espera de contributos estando em aberto aquilo que vai acontecer ao regime de garantia de depósitos.