O presidente da Câmara Municipal de Lisboa revela à TSF que o passe único contemplado no Orçamento de Estado do próximo ano vai ter uma versão para as famílias.
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Dos filhos aos avôs, passando pelos pais. Todos os elementos de um agregado familiar que vivam na mesma casa tem acesso ao passe único por um preço fixo de 80 euros, correspondente ao valor de 2 títulos mensais do novo passe único da Área Metropolitana de Lisboa (AML).
Em declarações à TSF, Fernando Medina explica que o passe família "corresponde no máximo a uma despesa de dois titulares (dois passes) e pode ter o número de pessoas que estiverem no agregado".
O autarca defende que "isto é muito importante para as famílias com filhos. Por exemplo, uma família que tenha 2 filhos, um no ensino Secundário e outro a estudar numa Universidade, hoje paga uma despesa muito grande com transporte público. Se houver duas pessoas com passe, esses jovens terão transporte gratuito. Imaginemos que nessa família também há um ascendente, um avô, uma avó, também terão transporte gratuito".
Assim, "no máximo a despesa de um agregado em transporte público será de 80 euros por mês em toda a AML e de 30 euros por mês na cidade (concelho) de Lisboa," adianta.
A medida, a incluir no Orçamento de Estado (OE) para 2019, vai ser aplicada na AML e na Área Metropolitana do Porto mas tudo indica que só 4 meses depois do OE entrar em vigor, só em abril a medida poderá chegar aos cidadãos.
"Eu espero que seja o mais breve possível", diz Fernando Medina. "Nós vamos começar de imediato os trabalhos técnicos, depois do anúncio do primeiro-ministro, para uma vez a medida aprovada podermos encurtar o tempo da sua chegada".
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O autarca explica que "há um trabalho técnico muito grande para fazer, porque, neste momento na AML existem mais de dois mil títulos de transporte das mais variadas empresas; um sistema que é opaco, difícil de ser entendido pelas pessoas, que é caro e pouco transparente".
Para Fernando Medina é preciso "eliminar os títulos todos que existem para os transformarmos num passe único e há aqui um trabalho de negociação com os vários operadores privados de autocarro e com as empresas do Estado (CP e Metro) para podermos concretizar a medida. É uma questão técnica até a podermos finalizar", justifica.
"A minha vontade é que ela chegue o mais rapidamente possível à carteira dos portugueses com o novo passe; um passe único com um valor e condições muito mais acessíveis", defende Fernando Medina.
Nas duas áreas metropolitanas esta medida vai ter um impacto orçamental de 90 milhões de euros por ano.
Mas para Fernando Medina, isso não é o mais relevante porque "esta proposta vai ter um impacto muito profundo. Vai, em primeiro lugar, trazer mais gente para o transporte público, vai apoiar os rendimentos de muitas famílias, vai apoiar a redução do automóvel (a utilização do automóvel na área metropolitana e dentro da cidade de Lisboa)".
De acordo com o presidente da Câmara de Lisboa, esta "é verdadeiramente uma medida transformadora. Eu fico muito satisfeito que o Governo tenha acolhido a proposta que lhes fizemos, em devido tempo, e que faça disso um elemento central deste Orçamento", conclui.