Pela primeira vez na história da concertação social, o primeiro-ministro reúne-se hoje com os parceiros sociais para discutir a proposta de Orçamento do Estado para 2014.
Corpo do artigo
Tanto a CIP como a UGT esperam que o primeiro-ministro leve notícia ou, pelo menos, disponibilidade de acertos ao Orçamento do Estado (OE) para 2014.
É essa a expectativa que têm sobre a presença de Pedro Passos Coelho esta manhã na concertação social. Pela primeira vez, um chefe do Governo vai estar presente para debater uma proposta de orçamento.
A Confederação Empresarial de Portugal (CIP) pede ao primeiro-ministro mudanças no anunciado aumento de impostos dos chamados carros de serviço. António Saraiva diz que nem a descida do IRC compensa a subida de impostos nos automóveis do parque das empresas.
O presidente da CIP, António Saraiva diz ainda que esta visita de Passos Coelho para discutir o OE é um sinal positivo e não quer acreditar que o Governo não esteja disposto a mudar alguma coisa no que já está previsto.
Tambem o líder da UGT, Carlos Silva, acredita que o primeiro-ministro vá falar com os parceiros sociais para apresentar mudanças concretas nas políticas do Governo.
Quanto a uma medida concreta, a UGT espera que Passos Coelho anuncie, finalmente, um aumento do salário mínimo em julho do próximo ano, para depois do adeus à troika.
A CGTP já deixou claro que não tem expectativas sobre a visita de Pedro Passos Coelho. Arménio Carlos já disse que o primeiro-ministro está a procurar iludir os portugueses, fazendo da concertação social a reposição da câmara das corporações do Estado Novo.
Arménio Carlos considera ainda que se o primeiro-ministro estivesse interessado em discutir e negociar já o tinha feito, nomeadamente com os sindicatos da administração pública e do setor empresarial do Estado.
Já os antigos presidentes da Conselho Económico e Social (CES), Silva Lopes e Bruto da Costa, não têm grandes expectativas relativamente à reunião inédita desta quarta-feira.
O economista e ex-ministro das Finanças, Silva Lopes, não acredita que da conversa com os parceiros saiam alterações relevantes ao OE, ainda assim, vê virtude na iniciativa.
Também entrevistado pela TSF, Bruto da Costa expressa igualmente pouca crença na possibilidade de resultarem ajustamentos ao OE da reunião de hoje e não concorda sequer com a visita nestes moldes de Passos Coelho.