Após Francisco Louçã fazer alusão ao plano de Angela Merkel e Nicolas Sarkozy para criar um euro a duas velocidades, Passos Coelho considerou preocupante a situação que se vive na Europa.
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Durante o debate do Orçamento do Estado para 2012, esta quinta-feira no Parlamento, o coordenador do BE afirmou que «a Itália está a cair, o euro está à beira de um risco de desagregação e há dois governantes europeus, Merkel e Sarkozy, que inconfidenciam entre si e em público a criação de um novo Muro de Berlim para excluir uma parte da Europa».
Francisco Louçã defendeu ainda que «o risco sistémico está dentro da Europa» e desafiou Passos Coelho a falar da situação europeia.
«Não há "firewall" nenhuma neste orçamento nem sobre esta primeira questão que é a crise europeia, porque há aqui um vírus que é o da confiança, do congelamento dos mercados financeiros, da incapacidade de financiamento e da incapacidade de resposta para uma austeridade que está a ser criada pela austeridade e por estas medidas», alertou.
«Concordo, senhor deputado, o que se está a passar na Europa é preocupante. E o risco sistémico que se está a evidenciar a cada mês que passa de forma mais perigosa tem de nos dar muita humildade na maneira como nos expressamos publicamente», respondeu Passos Coelho.
«Como primeiro-ministro, não devo especular nem fazer de analista político sobre o que se passa na Europa e, portanto, não farei esse exercício, não estou em condições de fazer esse exercício», acrescentou.
O chefe do Governo avisou também que «qualquer relaxamento das nossas contas públicas ou qualquer exercício orçamental menos robusto ou menos credível ajudaria a pôr mais uma pedra» nesta difícil situação.