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O crédito às PME precisa de manobras de reanimação. É a principal conclusão de um artigo conjunto, escrito a duas mãos pelos primeiros-ministros da Finlândia de Portugal.
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Jyrki Katainen e Pedro Passos Coelho lançam na edição do Wall Street Journal desta terça-feira uma série de ideias para descongelar o mercado do crédito às pequenas e médias empresas (PME). Um passo essencial, dizem, para combater o desemprego.
No artigo, os dois primeiros-ministros sugerem a criação de produtos financeiros inovadores, como a venda de dívida de PME em pacote, a investidores.
Admitem mesmo que a criação de um mercado europeu de produtos financeiros baseados em dívida de pequenas e médias empresas, pode ajudar a descongelar o crédito a essas empresas.
Os dois chefes de governo assumem que é arriscado, mas dizem que pode compensar pelas oportunidades criadas.
Falar de produtos financeiros complexos e inovadores talvez seja demasiado 2008 e crise do subprime, ainda vai causar certamente arrepios a muito boa gente, mas os dois líderes, da mesma família política, sublinham que é preciso olhar para esta e outras opções com mente aberta.
Assumindo que é intolerável que o desemprego continue a crescer devido à falta de financiamento das PME, os dois primeiros-ministros sugerem ainda um reforço da supervisão e da recapitalização da banca, no fundo, um reforço da União Bancária; e um papel mais ativo do BEI, com o Banco Europeu de Investimento a assumir riscos onde a banca comercial está mais retraída.
Portugal parece ter encontrado algum apoio no Norte, na Finlândia, de onde saíram alguns dos mais agressivos discursos moralistas sobre o desvario dos países do sul.
Passos Coelho e Jyrki Katainen, de resto, começam esta espécie de diálogo Norte - Sul por admitir que a Europa conseguiu estabilizar o Euro, mas o crescimento continua teimosamente fraco.