O primeiro-ministro defendeu que Portugal deve reduzir o peso da despesa pública para 40 por cento em duas legislaturas, redução deve estar associada a uma revisão das funções do Estado.
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«Nós precisávamos, sem dúvida nenhuma, num prazo de duas legislaturas, de atingir um valor de cerca de 38 a 40 por cento do peso da despesa medida em função da nossa capacidade de criar riqueza», declarou Pedro Passos Coelho.
Essa redução implica «durante todo este processo repensar as funções do Estado», acrescentou o primeiro-ministro, numa intervenção na cerimónia de apresentação da associação Plataforma para o Crescimento Sustentável, no Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas, em Lisboa.
«Precisamos que a sociedade transfira menos dinheiro para o Estado e precisamos que o Estado o possa devolver de uma forma mais reprodutiva à sociedade», acrescentou.
Para Passos Coelho, «isso envolve entrar naquela caixa negra que é a Administração Pública, que é o Estado, que são as empresas públicas e refazer grande parte da engenharia que lá está dentro».
O chefe do Governo pediu ainda ajuda aos portugueses para que se faça mais do que apenas salvar a face de um «Governo coeso, que tem uma política e que tem apoio para essa política».
«Mais importante é mostrar que temos um país que está decidido a lutar para resgatar a sua independência e autonomia e regressar a um caminho de crescimento sustentável que os seus cidadãos merecem», acrescentou.
Passos Coelho mostrou-se ainda confiante de que a cimeira europeia desta quarta-feira vai afastar a «incerteza», com um «plano credível para a Grécia» e decisões para proteger os restantes países da Zona Euro de um «efeito sistémico».
«Tenho testemunhado o interesse e o compromisso de chefes de Estado e de Governo em retirar esta incerteza que tem pairado na Europa da nossa frente. Estou convencido que quarta-feira quando nos voltarmos a encontrar em Bruxelas teremos conseguido um plano credível para a Grécia», afirmou.