O primeiro-ministro respondeu esta noite a quem duvida dos esforços do Governo no corte da despesa do Estado e disse que essa é meta para cumprir já no próximo ano.
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Com a Troika a sair de Portugal em dúvida sobre o exercício orçamental para 2015 - suspeitando de que faltam medidas de consolidação do lado da despesa e que sobra otimismo do lado da receita - Passos Coelho tomou o palco partidário para responder à Troika e à oposição.
Diversas fontes dizem que Comissão Europeia e FMI duvidam que Portugal consiga descer abaixo dos 3% de défice já no próximo ano. Sem esclarecer se admite recorrer a um novo aumento de impostos em caso de necessidade, Passos afirma que, haja o que houver, o défice vai mesmo ficar abaixo dos 3%.
«Quero aqui reafirmar que é para nós um ponto de honra tirar Portugal do défice excessivo em 2015. É um ponto de honra», declarou o primeiro-ministro, num hotel de Lisboa, numa conferência inserida nas IV Jornadas "Consolidação, Crescimento e Coesão", promovidas pelo PSD, sobre o Orçamento do Estado para 2015.
«E, apesar de todas as profecias e previsões que possam aparecer que lancem dúvidas sobre essa matéria, garanto-vos: o Governo nunca deixará de adotar uma estratégia que garanta que em 2015 nós vamos sair do défice excessivo. Esse é um compromisso com a responsabilidade com que fomos eleitos e que devolvemos aos portugueses», acrescentou o presidente do PSD.
No seu discurso, que durou cerca de 50 minutos, Passos Coelho falou, de passagem, da forma como está organizado o Estado, para considerar que «precisa ainda de uma reforma maior do que aquela que foi feita até hoje».
O primeiro-ministro reclamou estar a seguir um caminho «de responsabilidade e de recuperação» e rejeitou estar a governar em função das legislativas de 2015.
«Não é por estarmos em ano de eleições que estamos agora a prometer tudo a toda a gente. Sabemos o que custou isso em 2009 a Portugal quando um Governo achou que era assim que se devia ganhar as eleições», afirmou o primeiro-ministro, numa crítica à anterior governação socialista de José Sócrates.
Por outro lado, prometeu políticas «transversais» a favor de «uma sociedade mais amiga da família e das crianças», apontando a proposta de alteração ao código do IRS como «o primeiro sinal de um conjunto de medidas» nesse sentido.