As confederações patronais consideraram que a proposta governamental do Fundo de Compensação do Trabalho se afastou do acordado em Março.
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O presidente da Confederação de Comércio e Serviços de Portugal (CCP) considerou, à entrada para a reunião do Executivo com os parceiros sociais, que a proposta de fundo de compensação do trabalho enviada na quarta-feira passada aos parceiros sociais não satisfaz as expectativas e as necessidades das empresas,
«A proposta do governo parece-nos inaceitável porque se limita a aumentar os custos das empresas numa altura em que elas não têm condições para tal», disse João Vieira Lopes.
O presidente da CCP salientou que a proposta do governo «afasta-se do que foi acordado em sede de Concertação Social em Março» tendo em conta que na altura «o objectivo da constituição do fundo era assegurar parte do pagamento das indemnizações por despedimento» quando agora «na prática funciona como uma espécie de aforro porque o trabalhador pode levar a sua parte quando muda de emprego».
Para o presidente da Confederação Empresarial Portuguesa (CIP), António Saraiva, esta possibilidade (do trabalhador transportar consigo o valor do fundo quando muda de empresa) «é absurda».
António Saraiva criticou, sobretudo, esta possibilidade por ser possível ao trabalhador ter este direito mesmo em situações em que não haveria lugar para qualquer compensação.
«A proposta do Governo provoca desequilíbrios e vamos ter que encontrar aqui novos equilíbrios. O fundo como nos foi anteriormente apresentado, foi ao fundo», disse António Saraiva reafirmando a disponibilidade da CIP para negociar um acordo global para a competitividade e emprego.
Para o secretário-geral da UGT, João Proença, considera que foram alterados critérios relativamente ao acordado em Março com os parceiros sociais e sublinha que o Fundo de Compensação do Trabalho tem de «entrar em vigor e tem de ser incluído no acordo de concertação estratégica».